Crítica ao Positivismo de Comte
20/05/2014 09:06
Augusto Comte foi influenciado pelos pensadores iluministas do século 18 e definiu a sociologia como a ciência da sociedade, batizando-a inicialmente de física social, a qual inseriu uma teoria denominada positiva. Essa teoria parte do princípio de que os homens deveriam aceitar a ordem existente e de que esta, não poderia ser mudada.
O positivismo de Comte busca seu fundamento na análise da sobre determinada sociedade através da experimentação, do pragmatismo e empirismo. Nesse sentido, nenhuma formulação de idéia pode ser vaga, sem fundamento e/ou sem consistência, o único conhecimento verdadeiro é o científico que deve limitar-se somente a constatar a ordem que reina no mundo e não as suas causas, pois a natureza é sólida, verdadeira, hierarquizada e composta de fenômenos simples e complexos, todos diretamente ligados aos seres vivos e ao homem.
Para Comte, a Sociologia é a ciência do entendimento, somente através do tempo e observando a ação do homem na sociedade seria possível conhecer seu modo de pensar e de agir, pois o seu contexto social é quem determina o pensamento. E assim a sociologia torna-se uma abordagem científica, pois busca compreender a interação do homem na sociedade.
Infelizmente, a teoria positivista de Comte se fundamenta na interação social do individuo, esquecendo que o ser humano estar sim em um grupo social, que tem regras, padrões, hábitos e costumes, todos num verdadeiro processo de socialização, entretanto, não destaca que o ser humano também é dotado de uma personalidade e de forma direta interage no meio social de acordo com seus padrões procedentes de uma aprendizagem construída na família e ao longo de todo o seu processo de socialização, tornando-se visível o seu lado emocional e de sentimento e que de uma forma ou de outra se apresenta cotidianamente na vivência dos seus valores morais.
Outra análise crítica que podemos perceber na teoria social de Comte está na separação definitiva que o faz da teoria sociológica em relação à filosofia, a economia e a política, utilizando como único objeto de estudo “o social”, que deveria ser estudado sem nenhuma influência desses conhecimentos.
Não podemos esquecer que a sociedade é dinâmica, tem seu estilo de produção e que quando muda o seu modo de produzir os bens de consumo, também muda o pensamento, as idéias, as relações sociais, enfim, toda a sociedade se transforma, inclusive o seu sistema político.